segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Mercado de moda plus size está em plena expansão

Esse é o nicho que atende o público gordinho. Em 2015, faturou R$ 1,8 bilhão

Há muito que ser ampliado neste mercado, que prevê crescimento de 10% em 2016.

A indústria da moda qua­se não enxerga a crise. O faturamento do setor quadruplicou nos últimos dez anos e uma vertente está em plena expansão: o de plus size. Segundo a Associação Brasileira de Vestuário, a moda acima do manequim 40 faturou, em 2015, R$ 1,8 bilhão.

Para 2016, mes­mo em meio a recessão econômica que o País enfrenta, a projeção é ousada; um crescimento de 10% na receita líquida, em comparação ao ano passado. Mesmo com números vultosos, em Pernambuco, ainda são poucas as lojas especializadas. Mas os empresários que já acordaram para esse nicho comemoram: o ticket médio dos consumidores é de R$ 1,2 mil.

É o caso de Alice Jácome. Ela viu uma oportunidade de mercado aqui no Estado e abriu a loja Calie. “Como já tenho loja de moda para magrinhas, sempre percebi que as mulheres mais gordas, que tiveram filhos e estavam com uma gordurinha a mais, sempre procuram peças na loja e não encontravam aquilo que coubesse e ficasse bonito”, comentou. A empresária, então, estudou o mercado, buscou aquilo que as plus size queriam e resolveu investir. “Qualquer mulher gosta de ser vaidosa, seja ela magra, gorda, baixa ou alta. Elas merecem toda atenção e a minha preocupação era oferecer o melhor, com qualidade, bom gosto e um preço que coubesse no bolso”, falou a empresária.

No mesmo embalo está Daniel Fonseca, diretor Comercial e de Marketing da Elegance Plus Size. “Hoje, o mercado está em plena expansão. É um grupo de consumidores que desejam produtos com design, qualidade e com tendências da moda. Eles são exigentes e pagam muito bem pelos produtos. Pesquisando e estudando sobre o setor, os empresários com certeza vão colher bons frutos”, aconselhou Fonseca.

E esse é mesmo um ponto forte. Miss Pernambuco plus size, Bárbara Luz está satisfeita com o seu peso atual, mas fica muito ‘aborrecida’ quando o assunto é comprar roupa. “É muito difícil encontra peças para as mulheres mais gordinhas, poucas lojas no Recife conseguem trazer bom gosto, elegância e um preço acessível”, disparou.

Para ela, as lojas de departamento não oferecem roupas que tenham tendências da moda. “Normalmente, quando vou comprar roupas, todas seguem um padrão: quadradas e sem corte”, comentou. É por isso que Daniel Fonseca alerta: “os empresários têm que ter uma visão mais empreendedora e estudar so­bre o assunto, porque o mercado ainda tem muito espaço para a moda dos gordinhos”.

E tem mesmo, pois esse é um nicho que também agrega os homens. Mister Pernambuco plus size, Lucas Patriota também sofre na pele quando o assunto é encontrar no mostruário uma roupa que fique bem e o agrade. “Não existem lojas especializadas para homem. Tenho que comprar minhas roupas em lojas de departamento ou pela Internet, e, normalmente, são bem caras”, afirmou Patriota.

Outro ponto importante que os empresários devem ficar atentos é o atendimento a esse público. O Sebrae realizou uma pesquisa, este ano, a qual mostrou que 91,4% dos entrevistados afirmam que os vendedores não estão preparados para vender roupas de tamanhos maiores. Fica o alerta.
FONTE: FOLHA PE

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